O QUE DEUS ESPERA DOS MEUS RELACIONAMENTOS

relacionamentos

Mateus 7:1-5

 

A igreja não um lugar de seres perfeitos, mas ao mesmo tempo Deus tem expectativas mínimas com relação aos que são seus.

Por isso Jesus no Sermão do Monte vai tratar sobre estas expectativas que Deus tem com relação aos seus discípulos e que são básicas na vida cristã.

A primeira coisa que Jesus vai nos ensinar é que nos nossos relacionamentos não devemos tomar a postura de juizes. Podemos até ser críticos, mas juízes não. Estamos todos entre os que serão julgados. E o seremos com maior severidade se nos atrevermos a julgar os outros (v.2) A ordem para não julgar não é uma exigência para que sejamos cegos, mas antes uma exortação a sermos generosos. Jesus não nos pede que deixemos de ser humanos, mas que renunciemos a presunção ambiciosa de sermos Deus, colocando-nos na posição de juízes.

O segundo ensino de Jesus é que nos nossos relacionamentos não devemos ser hipócritas. O hipócrita é aquele que exagera as faltas dos outros e diminui ou encobre a gravidade das suas. Tendo a aparência de bondade, transforma a situação em um meio de inflar o seu próprio ego. Ele sempre procura exaltar-se “pisando” nos outros para obter superioridade moral. Jesus é claro em afirmar que somente removendo a viga do nosso próprio olho, poderemos ver claramente a melhor forma de remover o cisco do olho do nosso irmão.

Por fim Jesus irá afirmar que a maior expectativa que Deus tem é que hajamos como verdadeiros irmãos. Todos temos responsabilidade com o corpo de Cristo. O dever é ter autocrítica e bom senso. Com a claridade da “nossa visão espiritual” restaurada pela remoção, poderemos ver melhor o “cisco” do nosso irmão. Em síntese aprendemos que nos nossos relacionamentos precisamos ser tão críticos conosco e com os nossos como somos geralmente com os outros, e tão generosos com os outros como sempre somos conosco. (v.12)

CRISTIANISMO OU ATIVISMO?

“Melhor é um dia nos teus atrios do que mil noutro lugar.” Salmo 84:10a.

Muita gente tem invertido o sentido deste verso e dado uma interpretação não muito correta para o que ele quer dizer.  Acham que o simples fato de estar permanentemente na igreja e envolvido com as suas atividades, significa um cristianismo autêntico. Muitas vezes acabam por entrar em um ativismo extremado com uma grande preocupação em agradar as pessoas, o pastor, a juventude, a denominação e acabam por se esquecer do que é mais importante. Para abordar esta questão quero utilizar como referência o ensinamento do próprio Jesus.

Em Mateus 6:1-21 depois de trabalhar alguns temas que envolvem relacionamentos do cristão, Jesus inicia esta parte do seu sermão falando sobre qual deveria ser o objetivo de cada cristão em cada atividade que realiza: agradar a  Deus.

Nos versos de 1 a 18 do capítulo 6  de Mateus, ele vai abordar este assunto utilizando como exemplo as três coisas que identificam o verdadeiro religioso daquele tempo: dar esmolas, a oração e o jejum. Para aquele tempo, o religioso “perfeito”, era o que dava esmolas, fazia orações fervorosas e jejuava constantemente. Jesus vai desmascarar este ativismo religioso, ensinando que mais do que fazer todas estas coisas era necessário entender que a motivação para elas deveria ser procurar atender as expectativas de Deus com relação a nossa vida. Para isto ele chama a atenção para três atitudes importantes.

Não Estar Preocupado em Atender as Expectativas dos Homens

Jesus ensina que se queremos agradar a Deus, não devemos estar preocupados em agradar aos homens. Isto porque nem sempre agradar a Deus significa agradar as pessoas que estão à nossa volta.

A preocupação dos religiosos daquele tempo, a quem Jesus chama de hipócritas ( cuja palavra significa ator ), era que as pessoas os reconhecessem como pessoas devotas. Tanto no dar esmolas, como na oração ou no jejum, a maior preocupação deles era: “o que os outros vão pensar?” Por isso gostavam de “trombetear” sempre que ajudavam outras pessoas. Quando se dirigiam ao templo para orar queriam mostrar aos outros que eram tão espirituais que não conseguiam esperar chegar ao templo, então se colocavam em locais estratégicos onde pudessem ser vistos por todos e começavam orar em voz alta. Aqueles que jejuavam, procuravam demonstrar um semblante de fraqueza. Sequer penteavam os cabelos para que assim os outros percebessem que estavam jejuando. Jesus ensina que essa não deve ser a verdadeira preocupação do cristão. No verso 1 ele deixa isto bem claro: “não pratiquem as vossas boas obras diante dos homens para serdes vistos por eles.”

Isto é algo com o que devemos ter muito cuidado. Se queremos agradar a Deus, não devemos estar preocupados em agradar aos homens. Ele mesmo deu o exemplo disto em João 5:41: “Eu não aceito glória dos homens,…”

Não Estar Preocupado em Atender as Nossas Próprias Expectativas

No verso 3 ele vai usar uma expressão que deixa bem claro este ensinamento: “não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita.” O que Jesus ensina aqui é que muitas vezes, até mesmo inconscientemente, nas nossas atitudes estamos preocupados em agradar a nós mesmos. Fazemos boas obras, oramos, jejuamos, entregamos o dízimo, organizamos eventos, congressos, reuniões, como se através destas coisas pudéssemos justificar a nós mesmos. Criamos algo como que, um caderninho de créditos onde vamos anotando em nosso ego o quanto e como fizemos tantas coisas. Esta é uma das grandes armadilhas da natureza humana. A necessidade de satisfazer a sua própria vaidade e desejo. Se quisermos atender as expectativas de Deus com relação a nossa vida, precisamos estar dispostos a muitas vezes enfrentarmos situações onde não satisfaremos os nossos próprios desejos. Aqueles a quem Jesus chamou de hipócritas, tinham uma atitude religiosa onde procuravam justificar a sua santidade e por isto mesmo, se julgavam superiores aos demais sendo merecedores de maior graça da parte de Deus. É justamente neste ponto que Jesus traz o seu terceiro ensinamento.

Deus Recompensa Pela sua Graça

A vida cristã não é uma troca, um “toma lá, da cá”. Em nenhum lugar a Bíblia ensina que o jejum ou qualquer outra atitude da parte do homem lhe confira uma garantia das bênçãos de Deus. Deus não precisa de boas obras, de oração ou de Jejum, congressos, festivais. Somos nós que precisamos aprender a servir aos outros, a buscar Deus e a nos disciplinarmos para lembrar que Deus sempre deve ter a prioridade em nossas vidas. Jesus é bem claro em dizer que as recompensas que o Pai nos dá não são em  momento algum fruto dos nossos próprios méritos, mas obra da sua graça. Por melhor que sejamos, por mais sincera que seja a nossa motivação, nada disso nos confere o direito de exigirmos nada, pois somos todos pecadores. Se temos direitos a alguma coisa, não são por nossos méritos, mas pelos méritos de Jesus conquistados na cruz. A maior recompensa do cristão deve ser agradar a Deus, atendendo as expectativas que Ele tem com relação a nossa vida, trazendo alegria ao seu coração. Mas Jesus ensina que Ele é Pai  e que nos vê em secreto, ou seja, nos conhece melhor que nós mesmos e sabe tudo quanto necessitamos (Salmo 139: 7-10). Por obra da sua graça e amor Ele nos recompensa. “Aquele que nem mesmo a seu próprio filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará com ele todas as coisas.” Rom 8:32

Mas você pode estar pensando: “Então é melhor não fazer mais nada na igreja!!” Calma, não é bem assim. Para não passar a falsa impressão de que o que ele estava ensinando era que  não se fazia necessário trabalhar na obra de Deus, nos versos 18-21, Jesus ensina que se queremos agradar a Deus, precisamos investir em coisas eternas e não passageiras.

Não havia a menor segurança no mundo antigo. Os bens que as pessoas possuíam eram alvo fácil para os agentes destruidores como a traça, a ferrugem, as pragas e os ladrões. É neste contexto que Jesus diz que o homem não deve ajuntar para si tesouros na terra. Deve ficar bem claro que Jesus não está falando que o homem não possa ter propriedades, ou desfrutar das coisas boas que Deus criou, ou até mesmo economizar para dias piores, o que a Bíblia até mesmo incentiva – Pv 6:6. O que ele quer que os seus discípulos aprendam , é que vale apenas investir  a vida nas coisas de Deus, mas da forma correta.

Fincando Bem as Raízes

É interessante perceber como é comum quando olhamos para uma árvore, darmos sempre mais importância aos frutos do que as raízes. Isto acontece porque os frutos chamam atenção pela sua beleza, e normalmente ocupam uma posição privilegiada, enquanto que as raízes além não ter qualquer atrativo visual, geralmente estão abaixo da superfície. O interessante de tudo isto é perceber a importância de cada um cumprindo o seu papel para o resultado final. Quanto mais profundas as raízes, melhores serão os frutos.

Esta é a orientação e promessa de Deus através do profeta Isaias ao rei Ezequias a respeito do povo ( II Reis 19:30 ). Ele deveria a partir daquele momento ter a preocupação não somente em “produzir frutos”, mas também em aprofundar suas raízes.

No mundo em que vivemos somos tentados a investir somente naquilo que os outros podem ver, nos resultados, na produtividade. Muitas vezes a nossa vida é dominada pelo ativismo e pela superficialidade e o que normalmente ocorre é que os “frutos” que são produzidos não tem boa qualidade, isto quando ela é frutífera ( ver Mateus 13:1-23 ).

O que Deus espera de nós é que estejamos investindo nossa vida, nosso tempo, nossos dons e tudo o mais que Ele nos tem concedido, não somente em produzir frutos, mas também em aprofundar as nossas raízes Nele. Isto vem através da oração, do estudo da Bíblia, de uma vida íntegra em busca da santificação. Sem dúvida isto não é algo que os outros vão apreciar ou fará com que sejamos reconhecidos, mas com certeza, os frutos que produzirmos a partir daí serão de boa qualidade, duradouros e reconhecidos como aqueles produzidos pelo próprio Deus em nós e através de nós. O próprio Jesus nos afirma isto no evangelho de João 15:5: “Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto”.

Se você almeja ter uma vida autenticamente cristã e não um ser um mero ativista religioso, lembre-se sempre que quanto mais profundas as suas raízes, mais visíveis serão os seus frutos. Invista nisso e você verá a diferença.

Semana IBG 2015

Semana IBG 2015

 

SEMANA IBG – Cultura, Arte e Teologia

UMA IGREJA PRA CHAMAR DE SUA

19 – 23 de janeiro de 2015

COMO A IGREJA CHEGOU ATÉ AQUI? – Marcelo Santos

Visão Panorâmica da História da Igreja

QUAL É A IGREJA QUE JESUS TINHA EM MENTE? – Alexandre Robles

Conceito teológico do surgimento da igreja

O QUE A IGREJA FAZ? – Marcelo Santos

A vocação da Igreja

O QUE A IGREJA FALA? – Alexandre Robles

Mensagem, Discurso e Interpretação Bíblica a partir da mensagem de Jesus Cristo

IGREJA, PRA QUE TE QUERO IGREJA? Marcelo Santos e Alexandre Robles

Perguntas e respostas que você sempre quis fazer e não teve a chance

Mesa de debates com os palestrantes

Reforma Protestante, Igreja Evangélica Brasileira e Halloween

hALLOWEEN e a Reforma protestante calvino lutero 1517 31 de outubro cópia
O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Oséias 4:6).

Antes de mais nada é preciso ressaltar que a  Reforma Protestante foi o ápice de um processos histórico iniciado  anos antes por homens como John Wycliff (1329-1384) que fatalmente seria condenado a fogueira caso não morresse antes de derrame cerebral, John Hus (1369 – 1415) queimado vivo na estaca e Girolamo Savonalora (1452 – 1498) queimado em praça pública – todos condenados a morte por terem sido considerados hereges.

Citar apenas Lutero como o personagem importante da Reforma Protestante, é desprezar ou no mínimo menosprezar a vida e ousadia desses homens, como se o mérito fosse exclusivamente de Lutero.

A Reforma Protestante, sem sombra de dúvida resgatou os princípios basilares do verdadeiro cristianismo não tendo como motivação, pelo menos em um primeiro momento o fato de homens desejarem um poder sobre a massa populacional, tampouco o afagar o orgulho por parte de homens dotados de maior conhecimento, mas sim um resgate da Bíblia e aos princípios nela expostos, de forma que todo “protesto” tinha como alvo resgatar a biblicidade há muito já perdida.

Os reformadores não tinham por objetivo acabar com a igreja católica, antes o que esperavam era que a igreja pudesse continuar sua jornada de modo santificado, baseado nas Escrituras e sem a necessidade de uma divisão.

Entre a ação e a omissão, a primeira teve primazia sobre a segunda, e se formos analisar a história, iremos perceber que ela é feitas de ambas atitudes, mas que o “desenvolvimento” acontece no momento em que a reflexão interna, produz ação externa, e não é sufocada pela omissão eterna.

A Reforma nos ensina que precisamos não só aprender a refletir, pois isto por si só pode transformar-se numa mera opinião pessoal, mas também a transformar esta reflexão em atitude, ação transformadora que produza crescimento.

Um bom começo talvez seja deixar claro sobre o que protestamos enquanto protestantes. Quero fazer minhas as palavras do amigo Hernani Medola na sua lista de protestos sob os quais assino em baixo.

Segundo ele, “Talvez Lutero ficasse decepcionado, como qualquer cristão sério, com o que algumas “igrejas” ditas evangélicas tem feito com o nome de Cristo, com a liberdade que nos foi dada, com benefícios conquistados a custa de suor, sangue e lagrimas.

Eu protesto contra os que atrelam bênçãos a prosperidade financeira. Isso não possui qualquer fundamento bíblico, pelo contrário, Jesus foi o maior exemplo de desapego material e nos alertou quanto ao perigo do amor ao dinheiro. Esta é uma estratégia baixa para atrair pessoas desesperadas ou gananciosas para uma doutrina que não é compatível com o cristianismo.

Eu protesto contra a superficialidade dos relacionamentos dentro da igreja. Não nos preocupamos uns com os outros, quando na verdade Deus nos chamou para sermos usados por Ele no tratamento dos nossos irmãos. Sentamos no banco, ouvimos música, lemos a bíblia, pedimos por nós mesmos e saímos antes do culto acabar, para não perder a programação televisiva, não pegar transito ou simplesmente para não ter que cumprimentar determinado “irmão” (e assim nos tratamos, não mais porque somos filhos do mesmo Pai, mas porque não sabemos sequer o nome uns dos outros)

Eu protesto contra o “mercado gospel”, que transformou cultos em shows, ofertas em cachês, igreja em público, fé em negócio. É inconcebível se pagar o que se paga para determinados pseudo-artistas e faturar milhões que não servem para nada além de enriquecer determinadas pessoas e explorar uma fatia cada vez mais gorda de mercado consumidor.

Eu protesto a hipocrisia que tomou conta de alguns, que excluem quem mais precisa ser tratado por Deus e põe em um pedestal quem criou a habilidade de encobrir pecados. A igreja não é um lugar de quem já é pleno em santidade (este lugar é o céu), mas é o lugar de pessoas dispostas a pagar o preço de buscar esta santidade.

Protesto contra a categorização de pecados, porque achamos que pecados relacionados a sexualidade são maiores do que a mentira, a corrupção, a inveja e outros pecados bem mais “toleráveis”.

Protesto contra a utilização do nome de Cristo, de Deus e do Espírito em vão. Perdemos o temor pelo Senhor e o Nome é utilizado para prometer, determinar, trazer, levar, parar e tantas outras ações que violam a santidade do nome do Senhor.

Protesto contra a religiosidade que nos faz tornar sagrados dias, pessoas, comidas, músicas, meses e paganizar outras coisas que na verdade nada tem a ver com o processo de santificação pessoal. Somos santificados por meio de Cristo, pela sua Graça, e só.

Protesto contra a politização político partidária dentro das igrejas. Líderes religiosos utilizam seus “rebanhos” como massa de manobra política, enganam o povo, e lucram alto com negociatas que estão muitíssimo distantes do que é Reino de Deus.

Protesto contra a superficialidade do relacionamento com Deus, que nos leva cada vez a orar menos, ler menos a Bíblia, ter menos intimidade com Deus e torna o povo ignorante o suficiente para ser levado por qualquer vento de doutrina, querer satisfazer apenas seus prazeres pessoais, que massageia os egos, que tolera pecados e que são idéias de homens e não de Deus.” [i]

Hegel certa vez afirmou: “Com a Reforma os protestantes fizeram sua revolução”. Talvez seja a hora de retomá-la.

Neste mesmo dia 31 de outubro muitos cristãos celebram o Hallowen. Cito então o texto de Claudia Santos sob o qual assino em baixo.

“Digo NÃO a festa do dia das bruxas!! Digo NÃO ao Halloween!!!!

Porque:

1. Jesus me deu vida e vida em abundancia. (João 10.10) Tenho vida, não vou festejar a morte, ou figuras que me lembrem dela.

2. Ditado popular: “Toda brincadeira tem um fundo de verdade”. Bruxaria, magia, espíritos mortos (zumbis)…, a mensagem que eles passam é de destruição. Deus não se agrada disso: Det. 18.10 a 12

3. Esta festa começou na Irlanda, onde feiticeiros ensinavam pessoas a adorar o sol, sacrificar animais e diziam que na noite do dia 31/10 conseguiam falar com mortos. Quando os irlandeses foram para os EUA, levaram a festa. Na Irlanda esculpiam em nabos. Como nos EUA não tinham nabos, passaram a usar aboboras onde esculpiam caretas de demônios. A partir daí a festa se espalhou para todo o mundo.

CELEBRO A VIDA E NÂO A MORTE!!!!!!!!!!!”[ii]

Em dias de Hallowen, apesar de não acreditarmos em bruxas, tem muita gente de carne e osso dentro da igreja evangélica brasileira cumprindo este papel.

O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” (Oséias 4:6).


[i] http://estouemobras.com/2012/11/01/protesto/

[ii] https://www.facebook.com/claudiasolesa?fref=ts

Hora de Dizer Sim – Hora de Dizer Não

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Daniel 3:1-10

Você já sentiu dificuldade de tomar uma decisão ? Que parâmetros você usa para decidir quando dizer sim e não? Mesmo quando não fala especificamente, a Bíblia nos dá princípios que nos ajudam a dizer sim e não diante das mais diversas situações da vida. A história de Daniel e seus três amigos é um bom exemplo disto.

Daniel foi levado cativo entre os nobres para o cativeiro babilônico. Neste contexto ele enfrentou grandes desafios, pois estava na “universidade babilônica” do rei, segundo os costumes da babilônia,  sendo preparado para servir em cargos de confiança. Como reagir diante de uma situação onde a possibilidade ascensão é grande,  mas o padrão não era o que Deus tinha determinado?

Dentre os cativos que viveram esta situação, vamos encontrar basicamente 3 tipos de pessoas: os “alpinistas sociais”, os fariseus e aqueles que permaneciam fiéis. Daniel e seus três amigos estavam neste último grupo. Mas como conseguiam isto numa situação de tanta pressão contrária?

A primeira providência foi a de forma um grupos de amigos da mesma fé, evitando o complexo de Elias. Eles se ajudavam mutuamente tanto nas dificuldades como nas vitórias. Através desta comunhão com Deus e com os irmãos que encontraram a sabedoria para dizer sim e não na hora certa. Então vamos ver quais os critérios que os orientaram nesta situação:

Diferenciar “forma e essência” –  Eles não tomaram nenhuma atitude diante da mudança de seus nomes, pois isto para neles não era uma coisa essencial. Eles disseram “sim”.

Viver para glorificar a Deus –  Aceitaram o cargo de servir no alto escalão da administração babilônica porque viam nisto uma oportunidade de glorificar a Deus. Eles disseram “sim”.

Não comprometer a sua fé – Estudar a cultura babilônica e servir no alto escalão não comprometia a fé, mas prestar culto ao imperador era outra história. Eles disseram “não”.

A vida cristã passa por todos esses momentos. Hoje existem muitas “Babilônias” que exigem escolhas, decisões e posturas para que nos amoldemos e nos conformemos ao “padrão” estabelecido por elas. Qual tem sido a sua atitude diante das “babilônias” modernas? A de um “alpinista social”, a de um “fariseu” ou a de Daniel e seus três amigos?

Que o Senhor nos ajude e oriente a fazermos escolhas certas na de dizer “sim” e “não”.

Venha o Teu Reino

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“Venha o teu Reino;
seja feita a tua vontade,
assim na terra como no céu.”

Pedir que o Reino venha é pedir a Deus que conclua o que começou em Jesus através de nós.
Devemos permitir através de nossas escolhas e atitudes que o Reino entre em nós ao invés de nos esforçarmos para entrar no Reino.
A maior batalha pelo estabelecimento do Reino não acontece no mundo espiritual mas nas nossas relações cotidianas quando abrimos mão de nossas vontades para nos submetermos a vontade de Deus da mesma forma como ocorre no céu, onde sua vontade é executada plenamente.
Quando oramos dessa forma afirmamos que a prioridade não é o nosso nome, o nosso reino ou a nossa vontade mas o estabelecimento do Reino.
Como bem traduz Eugene Peterson em A Mensagem, orar desta forma significa dizer ao Pai nosso:
“Dá um jeito neste mundo e faz o que é melhor tanto aí em cima quanto aqui em baixo.”
Depois é só dizer a Ele que pode contar com você para isto.
Amém.

O evangelho é como primavera! — É sob medida para os jovens

Valdir Steuernagel

Há em nossa casa uma mesa redonda onde acontece a maioria das nossas conversas. É lá que se fazem planos e se costuram acordos. Um dia, em torno da mesa, estávamos planejando um fim de semana em família. Como éramos seis e o lugar era longe, estava difícil achar uma solução. Quando finalmente as peças pareciam se encaixar, surgiu uma condição: os meninos queriam voltar no domingo à tarde, pois precisavam ir à igreja. Já meio exasperado, eu disse: “Mas não é possível faltar “uma” vez?” A resposta veio certeira: “Mas, pai, esse é o nosso ministério!”

Eles haviam descoberto a palavra mágica: “ministério”. Afinal, era ela que, em nossa casa, tornava os compromissos “imexíveis”. Eles a usaram na hora certa e nós, como pais, entendemos a mensagem… Mas a verdade é que Silêda e eu estávamos muito felizes, pois víamos que eles, em plena adolescência, estavam achando o seu caminho e encontrando na igreja relações e atividades significativas. Ao nos mudarmos para Curitiba, no final de 1991, veio conosco uma preocupação: encontrar uma igreja que abraçasse os nossos filhos e lhes transmitisse significado. Isso aconteceu na Comunidade do Redentor. Ali eles encontraram evangelho e amigos, música e quadra de basquete, ministração bíblica e grupo de teatro. Silêda e eu somos profundamente gratos a esta igreja, que acolheu os nossos filhos e ajudou-os a encontrar o caminho da vocação.

Por ocasião dos 40 anos de Ultimato me pediram que falasse sobre “Jovens Alcançando Jovens”. Decidi olhar para dentro da minha própria casa e ver como isso aconteceu no nível familiar, e cheguei à conclusão de que o evangelho gosta de alcançar jovens!

É fundamental que nossas igrejas se coloquem a serviço desse evangelho e ofereçam espaço para que os jovens encontrem nesse evangelho e nesse espaço o seu significado de vida e o universo das suas relações de vida mais profundas.

Os jovens sabem ocupar esse espaço e tornam-se instrumentos desse evangelho: jovens alcançam jovens.

Olhando para a minha própria vida, vi que foi exatamente isso que aconteceu. Vindo de uma família luterana tradicional, o meu encontro com o evangelho, que começou na infância mas se solidificou na adolescência e juventude, determinou fundamentalmente o meu caminho de vida. Foi nessa época e nesse contexto que Deus me deu a experiência da vocação. Gosto muito de lembrar o que o evangelho fez comigo na juventude, dando à minha vida o seu significado maior, levando-me a descobrir não apenas que Deus se importava comigo, mas que ele estava me chamando para servi-lo. Grande descoberta e grande caminhada! Assim, depois de um curso técnico em contabilidade, fui estudar teologia para servir a Deus em tempo integral em diferentes ministérios cristãos.

O encontro com o evangelho acabou determinando também os meus relacionamentos e me mostrando que a vida acontece em comunidade. Revendo a minha caminhada, constato que os meus relacionamentos significativos aconteceram a partir do evangelho e por causa dele. O próprio encontro com a Silêda é expressão deste fato. De que outra maneira um “alemão” de Joinville iria conhecer uma maranhense e viajar mais de cinqüenta horas de ônibus para transformar esse relacionamento em casamento? Foi coisa do evangelho. E é claro que ela era “ela”!

O evangelho me levou, não apenas a conhecer o Brasil, através do ministério estudantil na Aliança Bíblica Universitária, no qual Silêda e eu estávamos envolvidos. Deu-me também uma percepção de realidade que vai além da geografia, me possibilitando encontrar diferentes expressões culturais e enxergar a realidade a partir da ótica do pobre e da busca da justiça.

A minha geração, assim como a dos meus filhos, tiveram o privilégio de vivenciar um tempo em que os jovens estavam buscando o evangelho e o evangelho encontrava os jovens. Isso é muito bom e muito bonito! Quem sabe até onde irá este tempo de oportunidade? Depende de como estes jovens serão discipulados e de como as igrejas e os vários ministérios existentes entre nós continuarão gerando espaço para o jovem alcançar outros jovens, sem uma tutela enquadradora.

Uma experiência que Osmar Ludovico, Ricardo Barbosa e eu estamos fazendo, de mentorear alguns líderes jovens, revela que um grande número deles está em dificuldades com suas igrejas. Essa dificuldade acontece diante de igrejas autoritárias e sem espaço para uma liderança jovem autêntica. Igrejas conservadoras onde presbíteros consideram a igreja o seu monopólio. Igrejas cujos pastores não permitem a emergência de uma liderança jovem contestadora. Igrejas que vivem para si mesmas, perdendo a relevância para a sociedade. São estes alguns dos lamentos que temos ouvido e acompanhado, o que nos faz orar e clamar por uma igreja que saiba honrar o tempo de oportunidade que Deus nos está dando hoje. Uma igreja que saiba dar espaço para que jovens encontrados pelo evangelho moldem caminhos de obediência que tenham cara de primavera, assim como é primaveril a cara da juventude.

̉• Valdir Steuernagel é pastor luterano e trabalha com a Visão Mundial Internacional e com o Centro Pastoral e Missão, em Curitiba, PR.

Fonte: http://www.ultimato.com.br/revista